No último dia 8, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, nós falamos aqui no blog sobre os desafios que as mulheres (ainda) encontram no mercado de trabalho. Entre os pontos abordados, falamos sobre o fato de que profissionais do sexo feminino recebem cerca de 30% menos que profissionais do sexo masculino para exercer uma mesma função.
E por que isso acontece?
A resposta é simples: mulheres engravidam!
Um país a favor da família
Quantas vezes você já ouviu (principalmente em período de campanha eleitoral) a frase “eu sou a favor da família”?
Na verdade, é bem possível que possamos afirmar que quase a totalidade de pessoas do nosso país se considera a favor da família. No entanto, o que isso significa na prática?
Como podemos ser um país que se coloca a favor da família se não damos condições dignas às mulheres que têm filhos? Como podemos defender a manutenção de uma estrutura familiar saudável se não pensamos em formas de garantir às mulheres condições dignas de trabalho?
O bem-estar da mãe influencia diretamente na saúde da família.
É casada? Tem filhos?
É hora da entrevista de emprego. Tudo está correndo bem, até que surgem as fatídicas perguntas: você é casada? Tem filhos? Pretende ter? Quem ficará com eles enquanto você estiver trabalhando?
Além de invasivas, elas demonstram que, de uma maneira geral, os líderes das empresas não estão prontos para absorver mulheres-mães no mercado de trabalho. E isso é prejudicial para ambas as partes. Quantas boas profissionais podem estar sendo preteridas pelo simples fato de terem filhos?
Estereótipo
Aqui, é importante pontuar que todo e qualquer profissional terá questões pessoais que podem, de uma forma ou de outra, influenciar a sua rotina de trabalho. Não é exclusividade das mulheres-mães ter dias em que a vida pessoal atravessa a profissional. No entanto, há um estereótipo de que somente elas terão dias mais “distraídos” ou precisarão se ausentar para resolver questões familiares.
As mães, tal como quaisquer outros profissionais, também precisarão, vez por outra, de acolhimento por parte da liderança e isso, não necessariamente, influenciará a sua produtividade geral.
Licença paternidade
Uma boa solução para combater esse problema, que tem sido adotada por países desenvolvidos, é ampliar a licença paternidade. Na Dinamarca, por exemplo, o período é o mesmo para homens e mulheres, bem diferente da nossa realidade atual no Brasil: 4 meses para as mães, contra 5 dias para os pais.
E por que essa mudança é significativa?
Primeiro, porque rompe com a ideia ultrapassada – ainda muito enraizada em nossa cultura – de que as crianças são de responsabilidade exclusiva da mãe. Os cuidados devem ser divididos igualmente entre ambos.
Além disso, a adoção dessa medida rompe com a lógica de que mulheres devem receber menos (ou mesmo, serem preteridas nos processos seletivos) por poderem ser ou serem mães. Isso porque, acredita-se, que o período de licença causa prejuízo à empresa. Se igualarmos as condições para homens e mulheres, essa justificativa cai por terra.
Demissão e dupla jornada
Duas realidades são muito comuns quando pensamos em mães no mercado de trabalho:
> Demissão:
Infelizmente, grande parte das mulheres, depois de engravidar, se vê sem emprego. E essa situação pode durar anos até que, enfim, consigam voltar ao mercado de trabalho.
> Jornada dupla (às vezes, tripla!):
Para aquelas que conseguem se manter empregadas, o maior desafio é lidar com a jornada dupla de trabalho. Isso faz com que se sintam sobrecarregadas…
Mais uma vez, é necessário pontuar a importância de revermos a nossa cultura social que acredita ser a mulher a principal responsável pelos afazeres domésticos e pelo cuidado com as crianças.
Empreendedorismo como caminho de liberdade
Em função dos grandes desafios encontrados por essas profissionais dentro do mercado de trabalho, muitas mulheres estão optando pelo empreendedorismo como caminho de liberdade profissional.
Já existem coletivos de mães que se unem para se apoiarem mutuamente e, assim, tocarem os seus projetos pessoais.
Ser dona do seu próprio negócio é uma maneira de superar os obstáculos que o mercado de trabalho impõe às mães. Além de se manterem ativas, produtivas e trabalhando, conseguem conciliar melhor as demandas pessoais e profissionais.
Aqui na PreparaTODOS, nós valorizamos igualmente todos os profissionais e incentivamos o empreendedorismo feminino/materno.
Em nossa plataforma, oferecemos diversos cursos que ajudam a organizar os negócios para que eles deslanchem e alcancem mais e mais sucesso!