A depressão, considerada a doença do século, é muitas vezes confundida com a tristeza. E compreender melhor como “funcionam” esses dois sentimentos é essencial para o diagnóstico precoce.
Segundo Eliane Gonçalves Santos, psicanalista da clínica AmorSaúde, de Taboão da Serra (SP) – parceira do Cartão de TODOS –, a tristeza pode durar algumas horas ou até alguns dias e, geralmente, está associada a uma perda, recordação ou um momento. Já a depressão, se não houver tratamento, pode durar meses ou anos. “Quando estamos tristes, conseguimos identificar a razão e, normalmente, é um sintoma passageiro. A depressão se caracteriza por um sentimento de tristeza constante. Há três níveis da depressão – leve, mediano e grave – e, dependendo do estágio da doença, a pessoa não consegue realizar tarefas básicas, como levantar da cama, tomar banho e trabalhar”, explica a especialista.
Atenção aos sinais
No nível mais leve da depressão, a tristeza surge como um pensamento repetitivo. Com isso, o sistema orgânico pode ser alterado. “Geralmente a pessoa começa a não se alimentar bem e a não dormir direito, e o organismo, de forma geral, é afetado. A pessoa fica mais irritada e agressiva e, se não buscar tratamento assim que perceber os primeiros sinais, a depressão pode se agravar”, alerta a psicanalista.
Apoio profissional
A tristeza é uma emoção biológica e, quando esse sentimento é frequente, a pessoa fica cada vez mais debilitada. “Por isso, é muito importante procurar apoio de um especialista ao notar que a tristeza está demorando muito a passar. Ficar um tempo triste porque perdeu o emprego, estar de luto por algum parente ou porque se separou, por exemplo, é normal, mas, quando a pessoa não sente mais prazer nas atividades que tinha antes e não tem força para realizar funções básicas do dia a dia, é hora de buscar ajuda antes que essa emoção altere biologicamente o organismo e ele passe a não produzir mais hormônios importantes como a serotonina e outros ligados ao prazer”, esclarece Eliane.
Para a psicanalista Eliane Gonçalves Santos, o momento certo para ir atrás de orientação profissional é quando a pessoa sente que não dá conta do próprio sofrimento e não enxerga razão aparente para essa tristeza permanente.