O canal vaginal tem, entre tantas funções, o papel de eliminar o muco produzido pelas células do colo do útero. Por conta de alterações no ciclo e flutuações dos hormônios femininos, esse material tende a variar ao longo dos dias. Mas algumas condições diferem das secreções naturais, como é o caso do corrimento com sangue.
Ele pode indicar algo errado no funcionamento do corpo da mulher e ter diversas causas. Se você já percebeu essa mudança no aspecto da secreção ou está com dúvidas sobre o assunto, continue lendo. Trago neste artigo informações importantes que vão esclarecer muitas coisas.
O que significa corrimento com sangue?
O canal vaginal conta com vários processos para manter sua microbiota (também conhecida como flora bacteriana) equilibrada. Além de eliminar o sangue resultante da menstruação, ele libera outros fluidos durante todo o ciclo.
O chamado muco cervical está nessa lista e é produzido no colo do útero. É um dos principais componentes dos corrimentos vaginais e pode apresentar características distintas, variando conforme o estado de saúde da mulher e fase da vida.
Essa secreção, quando natural, não representa riscos e pode, inclusive, ajudar no monitoramento das mudanças que estão ocorrendo no corpo feminino. Muitas pessoas observam o aspecto do muco para saber quando estão ovulando ou passando por um aumento dos níveis de estrogênio.
Por conta de infecções e outros problemas de saúde, a aparência dos fluidos expelidos pela vagina pode ficar alterada. Nesses casos, a mulher percebe corrimento com sangue em tonalidades que variam do vermelho-claro ao vermelho-escuro.
Também há condições que fazem a secreção descer com um tom amarelado, esverdeado ou acinzentado. Trata-se de quadros infecciosos causados por um desequilíbrio na população de fungos, bactérias ou protozoários.
O que pode ser corrimento marrom?
O corrimento com sangue que puxa para o marrom pode ou não ser problemático. Ele é normal quando aparece no fim da menstruação, após contato íntimo ou diante de irritação das paredes vaginais. Mulheres que enfrentam o período de climatério e menopausa também podem apresentar o sintoma.
Alterações hormonais, mudança na composição ou marca do anticoncepcional e uso de certos medicamentos fazem com que a secreção natural do corpo venha com marcas escurecidas de sangue. Porém, é preciso ficar de olho na duração do sintoma, que não deve passar de 3 dias.
Sinais de que algo está errado
O corrimento com sangue em tom de marrom pode indicar problemas quando surge acompanhado de sintomas desconfortáveis. Isso inclui coceira, dor no canal vaginal, ardor ao urinar e presença de odor. Nesses casos, é importante investigar a possibilidade de doença sexualmente transmissível, como gonorreia, ou até câncer (da vagina, colo do útero ou endométrio).
O que pode ser corrimento rosado?
O corrimento com sangue também pode apresentar um tom mais claro que deixa manchas rosadas na roupa íntima. Assim como a condição anterior, é normal em alguns casos e problemático em outros.
Muitas mulheres associam a secreção rosa com a gravidez, afinal, o efeito ocorre para boa parte das gestantes. Nessas situações, o corrimento tende a aparecer por conta da fecundação do óvulo, geralmente após 3 dias do contato íntimo. A futura mãe ainda pode sentir cólicas abdominais leves.
Esse tipo de secreção também é considerado normal quando vem nos primeiros ou últimos dias da menstruação. Afinal, resulta da mistura de pouco volume de sangue (vermelho) com os fluidos vaginais (branco ou transparente), dando o tom rosado.
Sinais de que algo está errado
O corrimento com sangue exige atenção quando vem acompanhado de alterações na menstruação, odor forte e dificuldade para engravidar. Nesses casos, a cor rosada pode apontar problemas em diferentes órgãos reprodutores.
A mulher pode ter doença inflamatória pélvica ou até cistos nos ovários. O corrimento também pode ser indicativo de aborto espontâneo (comum nas primeiras semanas de gestação) e geralmente vem com sinais súbitos de febre, dor de cabeça, dor abdominal e perda de coágulos.
Como manter a saúde da região íntima?
Como você pôde ver, o corrimento com sangue tem variações e nem sempre representa um problema. Cabe a cada mulher conhecer o seu corpo para perceber sinais estranhos com rapidez. Esse autocuidado é crucial para garantir ajuda especializada no tempo certo, minimizando complicações.
Para começar, saiba que as secreções normais (fisiológicas) não demandam controle ou tratamento, pois atuam na lubrificação e na limpeza do canal vaginal. Uma boa forma de manter a saúde íntima, portanto, é potencializar a imunidade com bons hábitos e jamais negligenciar sintomas que prejudicam a rotina.
Algumas ações podem reduzir o desconforto e o desequilíbrio da região íntima:
- priorizar peças de algodão — calcinhas feitas com fibras naturais deixam a pele respirar, evitando o abafamento e mantendo a região seca durante todo o dia;
- preferir roupas folgadas — calças e shorts justos prejudicam a troca de ar, deixando a pele úmida por conta da pressão excessiva. O atrito com as vestimentas também causa irritação na área íntima, o que pode favorecer o corrimento anormal;
- evitar duchas internas — o canal vaginal é autolimpante e conta com a secreção natural justamente para manter o equilíbrio. Por isso, a higiene diária deve envolver apenas a parte externa do órgão feminino.
Prática de exercícios, alimentação saudável e descanso adequado fortalecem o corpo e a mente, permitindo que você tenha mais qualidade de vida. A consulta com um médico de confiança também é crucial para acompanhar a condição de saúde e identificar possíveis alterações.
Quando buscar ajuda
A secreção vaginal é completamente normal para mulheres em idade reprodutiva. Ela está equilibrada quando apresenta pouco volume (entre 1ml e 4ml diários), tem odor suave (ou nenhum cheiro) e coloração branca ou transparente. A textura varia de acordo com o ciclo, podendo ser aquosa, elástica e espessa.
Se você perceber variações no aspecto e na quantidade, procure a orientação de um profissional da saúde. A consulta com um ginecologista é valiosa para investigar a origem do problema, obter um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento correto. O acompanhamento médico também garante a realização de procedimentos de rotina, como o exame Papanicolau.
Com o entendimento das principais causas do corrimento com sangue, fica mais fácil diferenciar as condições normais daquelas que indicam problemas. De qualquer forma, é sempre importante consultar um médico especializado em saúde feminina para saber como proceder em cada caso.
Se você precisa desse tipo de orientação, entre em contato com a equipe do Cartão de TODOS!