Depois de passar 50 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do mesmo hospital em que trabalha, após contrair a Covid-19, a médica Angelita Habr-Gama, 88 anos, conduziu sua primeira cirurgia após retornar ao serviço no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Considerada uma das mais renomadas gastroenterologistas do País, Angelita se tornou uma paciente em estado grave em meados de março: seus pulmões foram comprometidos pela Covid-19. Com dificuldades para respirar por vias naturais, a médica teve de ser intubada. Apesar de não ter comorbidades, ela era considerada do grupo de risco em razão da idade. “Não achei que resistiria. Era um quadro muito grave”, disse Angelita à BBC News Brasil.
Após recobrar a consciência, ela soube da situação. “É um vírus muito agressivo. Ele se propaga com muita facilidade e, como ainda não se conhece muito sobre as características dele, é mais difícil tratar. Mas é preciso ser otimista. Sou uma pessoa forte e saudável, sempre fiz esportes. Sobretudo, tenho muita vontade de viver. Acredito que isso me ajudou a reagir bem à doença”, diz.
No dia 1º de junho ela voltou a atender no consultório médico. “Estou totalmente recuperada. Não tive sequelas”, comemora.
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