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Mulheres e o mercado de trabalho: 5 pontos que precisam mudar

8 de March, 2021

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Todo ano é a mesma coisa: chega março e começam as campanhas de parabenização pelo Dia Internacional das Mulheres. Chovem vídeos emocionados, publicidades clichês, flores e bombons… 

A grande questão é que sabemos que o discurso é muito superficial perto daquilo que ainda precisamos construir para que haja, efetivamente, igualdade entre os gêneros. Não se trata da busca por elogios, mas por políticas públicas e empresariais que garantam condições de trabalho justas e equânimes a todos. 

Além disso, mesmo que o discurso fuja a esse padrão – o que já se pode ver em diversas empresas -, é muito comum que, no dia a dia, a realidade se apresente de uma forma bem diferente.

É importante sim falar sobre o assunto, mas, mais ainda, agir para que ele se resolva.  

Igualdade ou equidade?

A nossa constituição federal diz que, perante a lei, somos todos iguais. Isso significa que devemos ter os mesmos direitos – sociais, políticos e civis – independentemente de nosso gênero, cor, classe social, orientação sexual etc.

Como sabemos,  na prática, as coisas se dão de uma outra forma. Apesar da igualdade garantida pela lei, não conseguimos alcançá-la na vida real.

E como podemos sanar esse problema? 

Através da equidade, que é a busca por ações que reduzam a disparidade entre os indivíduos de modo que todos tenham as mesmas oportunidades.

Assim, a equidade é um caminho para a igualdade.

5 pontos que precisam mudar – a realidade da mulher no mercado de trabalho

  • Disparidade salarial:

Há cerca de três anos, veio à tona a realidade de uma das maiores indústrias de entretenimento do mundo: em Hollywood, a diferença salarial entre homens e mulheres era gritante. Atores com papéis semelhantes recebiam cachês muito diferentes apenas por serem de gêneros opostos.

Mas não é só nos EUA que isso acontece. Aqui no Brasil, pesquisas apontam que, ainda hoje, as mulheres recebem cerca de 77,7% do salário dos homens. Em cargos de liderança, essa diferença é ainda maior e chega a 61,9%. 

No mundo profissional, fala-se muito sobre a meritocracia, teoria que preconiza que as pessoas devem ter um percentual de retorno que seja equivalente àquilo que investiram. Assim, se eu me esforcei mais, devo receber mais.

Apesar de parecer lógico, o que vemos na prática não é isso. A diferença salarial entre os gêneros é contrária a essa tese, uma vez que, as mulheres apresentam mais escolaridade que os homens.

  • Assédio

No final do ano passado, um chocante caso de assédio entre dois famosos humoristas veio à tona. A situação abriu espaço para o debate sobre as relações abusivas no ambiente de trabalho.

Uma recente pesquisa, produzida pelo LinkedIn em parceria com a consultoria de inovação social Think Eva,  mostrou que quase metade das mulheres já sofreu assédio no trabalho, mas apenas 5% recorreram ao RH.

E por que será que muitas sentem desestimuladas a buscar os seus direitos? 

Dentre as respostas encontradas, identificamos fatores como a vergonha, medo e impunidade. Assim, cerca de 15% das entrevistadas preferiram pedir demissão a expor o caso publicamente.

  • Jornada dupla

Um dos pontos que mais precisa ser discutido quando falamos sobre as mulheres no mercado de trabalho é a questão da  jornada dupla.

O que é isso?

Depois que encerram o expediente, as mulheres encaram o segundo turno de trabalho assumindo as funções de cuidado com a casa e com os filhos. Isso provoca um maior desgaste emocional e físico nessas profissionais, que se sentem sobrecarregadas com o excesso de funções.

Durante a pandemia, esse quadro se agravou, tal como mostra reportagem publicada pela revista Exame. Na área da saúde, grande parte dos profissionais são do gênero feminino, o que as coloca na linha de frente do combate ao vírus. Além disso, são as mulheres em sua maioria que assumem a responsabilidade pelo cuidado com as crianças dentro de casa, administrando a rotina de estudos a distância.

  •  Mulheres na liderança

Da mesma forma como apontamos anteriormente, pesquisas apontam que as mulheres tendem a se qualificar mais para assumirem as suas funções. No entanto, além de ganharem menos, também assumem menos cargos de liderança nas empresas.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), apenas 39,4% das vagas de liderança são ocupadas por mulheres. 

  • Preconceito 

Mulheres tendem a ser preteridas em entrevistas de emprego e a explicação é uma só: a maternidade.

Como bem sabemos, a responsabilidade com o cuidado dos filhos recai, quase sempre, sobre as mulheres. Isso faz com que as empresas achem que contratá-las não é um bom negócio.

Pesquisa divulgada em 2019 mostra que 20% das mulheres foram demitidas durante a gravidez/licença maternidade e mais da metade delas relata ter vivido abusos ou constrangimentos por serem mães.

O 8 de março é uma data que precisa ser lembrada e pensada todos os anos. A luta não pode parar!

A PreparaTODOS deseja (e colabora para) um mundo mais justo, respeitoso e igualitário para todas as mulheres! 

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