Todo mundo adora se sentar à sombra de um belo jardim e apreciar a exuberância das flores e das folhagens, mas já se deleitou ao ver crescer uma mudinha que você mesmo cuidou?
Com a popularização do Urban Jungle (ou Floresta Urbana), as pessoas têm descoberto o prazer de cultivar plantas para combater o estresse, mesmo que não haja um quintal em casa.
Antes que você pense que não tem “dedo verde”, saiba que isso não existe! Qualquer pessoa pode trazer a natureza para perto de si, sem mistério nem magia: basta aprender alguns macetes e seguir dicas de jardinagem para curtir um espaço todo especial dentro de casa.
Pensando nisso, fiz uma lista com os 7 conhecimentos básicos que todo iniciante ou jardineiro amador precisa saber para ter plantas e flores bonitas ao seu redor. Veja só!
1. Conheça as plantas que quer cultivar
Para cultivar uma planta, é preciso ter em mente que devemos reproduzir as condições ambientais que ela encontra na natureza, no local onde é nativa. Então, a dica primordial de jardinagem é pesquisar e conhecer as características da espécie que você quer cuidar. Ao escolher uma planta para cultivar, sempre se pergunte: de onde ela vem? Do que ela gosta?
Digamos que você queira ter em casa uma Costela-de-Adão. Essa beldade é nativa das florestas úmidas do México (crescendo à sombra das grandes árvores), se espalha em enormes moitas se houver espaço e se comporta como trepadeira se tiver oportunidade de escalar um muro, uma treliça ou um tutor.
Então, é bom deixá-la à meia-sombra ou em um lugar que receba o sol da manhã, manter o solo úmido (mas não encharcado) e eventualmente borrifar água sobre as folhas para aumentar a umidade à sua volta, entendeu? As florestas úmidas também têm solos muito férteis, o que indica que essa planta adora um substrato rico em matéria orgânica.
Conhecer as preferências de cada planta é a chave para o sucesso no jardim. Aliás, não há projeto de paisagismo que não leve em consideração as particularidades da região para que a escolha das plantas seja acertada.
2. Prepare bem o solo
É por meio do solo que a maioria das plantas adquire a água e os nutrientes necessários para se desenvolver com plenitude. É fácil encontrar substratos prontos para plantar em floriculturas, mas a minha dica de jardinagem aqui é que você prepare o solo de acordo com as preferências da espécie, como comentei há pouco.
Para que o solo não se compacte logo e mantenha a aeração necessária para as raízes crescerem, misture uma porção de areia média ou grossa (dessas comuns, que a gente encontra em lojas de materiais de construção) para duas porções de terra. Isso melhora a drenagem do solo também, evitando que fique encharcado.
Você pode adicionar porções de pó de coco, pedaços de carvão, casca de arroz carbonizada e casca de pinus triturada para dar mais textura e acrescentar matéria orgânica ao solo e, ainda, completar com húmus de minhoca para uma perfeita adubação.
Lembra da Costela-de-Adão do tópico anterior? Ela vai adorar essa mistura rica em material orgânico!
3. Regue de acordo com a necessidade da planta
Sabe aquela dica que a gente recebe nas floriculturas para molhar as plantas dia sim, dia não? Esqueça! Assim como nós, as plantinhas variam a quantidade de água que bebem, ou seja, em um dia muito quente, com baixa umidade no ar, elas vão precisar de mais. Da mesma forma, há espécies mais sedentas que outras.
“Ah, mas como vou saber quando devo regar?” O truque e a regra são simples: coloque seu dedo no substrato e sinta se está úmido ou seco. Se estiver seco, molhe; se estiver úmido, não molhe!
É melhor que você faça regas mais espaçadas (uma vez por semana, por exemplo, ou toda vez que observar a planta levemente murcha) e abundantes (de deixar escorrer no pratinho) do que molhar um pouquinho todos os dias. Esta última prática apenas umedece a camada superficial do solo e favorece a proliferação de fungos e cochonilhas.
4. Coloque uma cobertura sobre o solo
Depois de misturar os componentes e deixar o solo lindão para receber suas plantinhas, aqui vai uma dica de ouro da jardinagem para manter a umidade que você tanto lutou para conquistar no seu vaso ou no seu canteiro: faça uma forração no solo.
As plantas estão constantemente renovando as suas folhas e, na natureza, essas folhas secam, caem e formam um tapete sobre o solo. Essa camada, chamada de serapilheira, protege as plantas das altas temperaturas, mantém a umidade do solo, evita o crescimento de ervas daninhas e, de quebra, reduz a necessidade de regas.
Vale usar casca de pinus, casca de arroz carbonizada e pó de coco. Você pode ainda separar todas as folhas que caem das suas plantas, esperar elas secarem bem, picotá-las e distribuí-las sobre o solo. À medida que elas forem sendo decompostas pelos microrganismos presentes no substrato, vão criando um ótimo material orgânico que enriquece ainda mais a mistura.
5. Aproveite os adubos caseiros
Percebeu que estou retomando aquela máxima de que precisamos criar condições semelhantes às que as plantas encontrariam na natureza? Pois bem, quando estão em seu ambiente natural ou inseridas diretamente no solo do quintal, as raízes das plantas conseguem crescer livremente em busca dos nutrientes.
Além disso, a serapilheira está em constante decomposição pelos microrganismos e, assim, os nutrientes são devolvidos à terra. Mas quando as plantas são cultivadas em vasos, os nutrientes se esgotam e não são repostos na velocidade que a planta precisa para se desenvolver bem.
É aqui que entra a adubação. Existem diversos produtos prontos no mercado e, se você optar por eles, sempre siga a recomendação da embalagem para acertar a dose (fertilizante demais pode matar a sua planta). Para os iniciantes, o mais recomendado é usar húmus de minhoca, que melhora as características do solo e não oferece risco de queimar a planta em caso de excessos.
Mas a minha dica de jardinagem aqui é para você aproveitar os adubos que temos em casa! A borra do café é rica em nitrogênio, a casca dos ovos em cálcio e a da banana em potássio, três dos principais elementos para o bom desenvolvimento das plantas.
Triture o necessário, deixe a mistura descansar por alguns dias e espalhe sobre o solo (embaixo da cobertura) quinzenalmente. Ah! Depois de adubar, regue em abundância!
6. Controle as pragas
Entenda uma coisa: mesmo que você esteja fazendo tudo certinho, as pragas vão te incomodar em algum momento. Isso porque um jardim vivo é um jardim fértil — e todo mundo quer se beneficiar dele, inclusive insetos e fungos que não são bons para as plantas, pois aumentam as chances de elas adoecerem.
Porém, é mais fácil ocorrer uma infestação quando as suas plantas não estão sadias. Por exemplo, as temidas cochonilhas costumam aparecer em plantas cujo solo está mais úmido do que o necessário e pobre em cálcio.
É claro que você vai precisar se livrar das pragas antes, mas o importante é focar a saúde das suas plantas, já que uma planta saudável consegue combater essas mazelas com mais facilidade. Lembre-se de que dificilmente você acabará com os problemas — a palavra-chave é controle.
Afinal, para vermos borboletas, precisamos conviver com algumas lagartas, certo? Então, tenha pulso firme com as pragas, mas aprenda a tolerar alguns visitantes.
7. Cultive o seu jardim
Há um provérbio que diz que “o melhor fertilizante é a sombra do jardineiro”. Isso quer dizer que o segredo dos belos jardins que você admira é a dedicação. As plantas são seres vivos que precisam de cuidados frequentes e, embora não falem, dão sinais do que estão precisando.
Então, aproveite o tempo disponível para observar as suas plantas e cuidar delas. Mesmo que você não precise transplantar ou regar, sempre há algo para fazer no jardim: tirar o pó das folhas, remover as pragas, podar, adubar…
Com o tempo, você aprimora o olhar e vai entendendo direitinho o que cada plantinha do seu lar está dizendo com aquela folha amarelada, aquele aspecto triste, aquela ponta ressecada, e por aí vai. Você vai se surpreender com a satisfação que é cuidar de um jardim, tenha ele o tamanho que for.
O contato com a natureza é terapêutico e, nestes momentos delicados em que precisamos dar especial atenção à saúde mental, fazer um refúgio verde dentro da própria casa é bom demais. Com as dicas de jardinagem que trouxe aqui, você está com tudo pronto para sujar as mãos com terra!
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